Quinze por cento do território nacional, algo como 1,3 milhão de quilômetros quadrados, corre o risco de virar área desértica, de acordo com o Instituto Nacional do Semiárido, instituição do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
As áreas de risco integram 1.488 municípios em nove Estados da Região Semiárida do Nordeste Brasileiro. O enfrentamento do problema passa pela conscientização dos agricultores sobre o manejo adequado da terra e a incorporação de tecnologias específicas para o semiárido, explica o coordenador de Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA), Naidison Batista.
"O enfrentamento desse processo tem de ser feito por meio da prevenção e não remediando o problema. E nessa luta, a aplicação das práticas da agroecologia são fundamentais, porque elas preconizam o cuidado com a terra, a compreensão de que é preciso usufruir dela sem esgotá-la, sem objetivar apenas o lucro", diz Batista.
Segundo o especialista, a lógica do agronegócio, baseada na monocultura e no uso de agrotóxicos, contribui em grande parte para a degradação do solo. "O homem do campo tem de entender que suas práticas têm impacto sobre a natureza, mas o homem da cidade também precisa saber que suas ações também têm consequências. É preciso não desperdiçar água em banhos demorados ou em lavagens prolongadas de carros, por exemplo, exaurir rios e mananciais, entre outros", afirma.