O “Projeto Cisternas de Placa no Semiárido”, coordenado nacionalmente pela Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA-Brasil), financiado pela Fundação Banco do Brasil e desenvolvido por Unidades Executoras – entre elas o Instituto Agropolos, responsável pela construção de 827 cisternas no município de Missão Velha, no Cariri -, investe numa metodologia participativa para construir 60 mil cisternas no Semiárido do Nordeste e Minas Gerais.
Em cada região, as Unidades Executoras debatem com a Comissão Municipal, que reúne representantes de prefeitura, sindicatos, movimentos sociais, igrejas e agentes de saúde. Isso significa que a prestação de contas, a escolha dos beneficiados, qualquer alteração no cadastro prévio e ações de mobilização são partilhadas com a comissão e, em muitos casos, dependem de seu aval.
Em junho, dois meses depois do início das ações, uma rodada de reuniões com o consultor da Fundação Banco do Brasil e os agentes locais que partilham a gestão do projeto – a Unidade Executora, a Comissão Municipal, a gerência do banco e a prefeitura – vêm sendo feita em todas as regiões onde as ações são desenvolvidas. “O objetivo é fazer com que a gerência do banco e a prefeitura conheçam mais detalhadamente o projeto e esses sujeitos sociais locais trabalhem de forma integrada. Está sendo muito positivo, inclusive apontando para uma nova perspectiva de trabalho em conjunto entre poder público e movimentos sociais”, comemora o consultor Jeter Gomes.
Essa metodologia promove cursos de Gerenciamento de Recursos Hídricos com todas as famílias beneficiadas com a construção das cisternas. Elas discutem a importância da cisterna, a melhor forma de usá-la e de administrar a água e se prepararam para a contrapartida durante a obra. São responsáveis por cavar o buraco e por alimentar os pedreiros durante o trabalho. A mão de obra é local, assim como a compra dos materiais necessários. Só em pagamento para pedreiros, o projeto deve movimentar R$3,5 milhões no Ceará.
No total, serão 60 mil cisternas no Semiárido do Nordeste e Minas Gerais no próximo ano. No Ceará serão 12.824 no Sertão Central (Quixadá) e Cariri (Abaiara, Milagres, Missão Velha, Brejo Santo, Jati, Penaforte, Barbalha e Juazeiro do Norte). Das 827 cisternas sob a responsabilidade do Agropolos em Missão Velha, 50 já estão finalizadas e outras 23 estão em fase de construção na comunidade de Cachoeira. No dia 23, começam a ser construídas mais 50 em Cachoeira.
Da Redação do O Estado ONLINE