A realização do 3º Dia de Campo – Manejo de Culturas anuais para o Semiárido, que aconteceu nesta quarta-feira (12) no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IF), Campus de Senhor do Bonfim, reuniu centenas de agricultores/as familiares de várias comunidades e municípios do Território do Piemonte Norte do Itapicuru.

A promoção do evento foi do próprio IF de Senhor do Bonfim, juntamente com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), dentre outras. Além de promover intercâmbio entre as instituições envolvidas  e agricultores/as, o evento  procurou atender demandas relacionadas ao plantio e manejo de culturas anuais voltadas para o Semiárido baiano.

Após a saudação de boas vindas, agricultores e agricultoras, técnicos e estudantes, divididos em grupos, visitaram as Quadras Demonstrativas do Setor de Agricultura II, onde receberam explicações de estudantes do IF. Neste local foram plantadas várias espécies de cultivos próprios da agricultura do Semiárido, a exemplo das variedades de milho, sorgo, andu, abacaxi e tantas outras plantas usadas na alimentação humana e animal. 

Dona Lavina Francisca, agricultora que veio na caravana do município de Campo Formoso, disse o quanto foi importante conhecer as utilidades do girassol, que além de fornecer um óleo medicinal, pode também ser usada na alimentação humana e animal. Dona Lavina disse que o dia de campo aumentou muito seu conhecimento como agricultora. “Tenho certeza que o que aprendi aqui vai ser muito útil para os cultivos que faço na minha propriedade,” afirmou a agricultora.

 “As experiências vistas aqui servem pra gente melhorar aquilo que a gente já  faz na propriedade, muitas vezes de forma errada ou desperdiçando o que pode ser aproveitado”, disse o jovem Leonardo Santos, produtor da comunidade de Alvaçã, interior de Campo Formoso.

No período da tarde, todos/os puderam assistir palestras sobre temas relacionados a produção agropecuária familiar, especialmente em áreas de sequeiro. Em espaços diferentes, os agricultores/as, técnicos e estudantes discutiram e tiraram dúvidas acerca de assuntos como produção de defensivos naturais, plantio e manejo de silagens de diferentes tipos forragens e formação de banco de proteína animal, temas ligados à prática da agricultura familiar na Caatinga.

A engenheira Agrônoma do Pró-Semiárido, Telma Sueli Magalhães, que ministrou a palestra “Culturas Anuais x Caatinga: Aprendendo a Conviver com o Semiárido", falou sobre os cultivos e manejos que dão certo em áreas de sequeiro e que, junto com o potencial da biodiversidade da Caatinga e o armazenamento da água da chuva, possibilitam uma produção agropecuária bem sucedida  para as famílias que vivem nessa região. 

Agricultores de Campo Formoso, Jaguarari e Filadélfia participaram deste evento por meio de incentivos financeiros e logístico do Pró-Semiárido, Projeto da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), órgão da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) do Estado Bahia. Os recursos para os investimento são frutos do Acordo de Empréstimos entre o Governo da Bahia e Fundo de Desenvolvimento Agrícola (FIDA).