Carregando cartazes que denunciavam o fechamento de escolas e os elevados índices de analfabetismo rural, as crianças, acompanhadas por seus responsáveis, ficaram na porta do MEC esperando a audiência da Via Campesina com o órgão.
“Nos últimos oito anos foram fechadas 24 mil escolas no campo brasileiro. Como pauta emergencial, queremos a abertura de 350 escolas”, afirmou Cristina Vargas, do setor de educação do MST.
Além desta medida de emergência, a Via Campesina levou como reivindicações ao MEC a proibição do fechamento de escolas, uma campanha de superação do analfabetismo em forma de mutirão, abertura de 30 Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (Ifet) rurais, financiamento para licenciaturas em Educação do Campo, 10% do PIB para educação, entre outras.
Audiências - Antes de se dirigirem ao MEC, os militantes da Via Campesina realizaram um ato em frente ao Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), que também recebeu a organização em audiência.
Ao longo de todo o dia, a Via Campesina foi recebida por órgãos do governo federal, como os ministérios da Agricultura, do Meio Ambiente, do Esporte e da Comunicação, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Secretaria de Juventude, entre outros. Entretanto, o retorno, positivo ou negativo, às pautas reivindicadas deverá acontecer somente nesta sexta-feira (26), de maneira centralizada pelo Palácio do Planalto.
As principais pautas em negociação referem-se ao assentamento imediato das 60 mil famílias acampadas, a recomposição do orçamento do Incra para obtenção de terras – cujos R$ 530 milhões para desapropriações no ano já foram executados e o orçamento para o ano que vem sofrerá um corte de R$ 65 milhões -, e a renegociação das dívidas da agricultura familiar, composta em R$ 30 bilhões.
O Acampamento Nacional da Via Campesina ocorre desde segunda-feira (22) em Brasília e não tem data para acabar. A organização irá esperar as respostas do governo para decidir o término da mobilização.