O que mais se tem no Nordeste? Numa região em que o sol brilha quase o ano todo, uma forma de energia alternativa que se encaixa bem às necessidades da população é a Energia Solar. Foi essa alternativa que as famílias da comunidade Santo Antônio dos Violas em São Miguel do Tapuio no Piauí, descobriu e utiliza para melhorar a qualidade de vida dos moradores da comunidade.
Francisco Alves dos Reis, mais conhecido como Chico Viola e Luisa Nogueira de Macedo e seus filhos formaram as 11 famílias agricultoras que dividem 532 hectares de terra. No inicio a falta de água na região era um dos problemas enfrentado pela família, essa dificuldade foi amenizada com a perfuração de um poço tubular para a comunidade e melhorou ainda mais com a construção de cisternas para beber e cozinhar do Programa Um Milhão de Cisternas Rurais (P1MC) e com a chegada do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) da Articulação do Semi-Árido Brasileiro (ASA Brasil) com a construção de cisternas destinadas à produção de alimentos.
A falta de energia elétrica também é uma das dificuldades enfrentadas pelas famílias, a maioria delas vivi ainda à base da lamparina. De acordo com Dona Maria Alves dos Reis, uma das filhas de Seu Chico Viola, conta que foi feito o cadastro das famílias para que a comunidade receba energia elétrica através do programa Luz Para Todos do Governo Federal. Para a maioria dos moradores algo muito esperado, mas a agricultora confessa que, mesmo sabendo do benefício que a energia elétrica trará para comunidade, tem medo do que a comunidade pode perder com sua chegada, "eu sei que é bom, é importante, mas vejo em que em outras comunidades que costumes de sentar na porta, contar histórias e prosear até tarde se perdeu", explica.
Na comunidade apenas cinco dos moradores adquiriram com recursos próprios o equipamento que permite captar a luz do sol e gerar a energia que é transferida para a bateria. Esta é utilizada à noite e aproveitada no uso de aparelhos domésticos e lâmpadas.
Maria Alves conta que há cinco anos a família adquiriu uma bateria, lâmpadas e uma placa que, instalada no telhado, é a responsável pela captação da energia solar. A placa tem um metro quadrado e foi comprada de segunda mão, a família investiu cerca de R$ 2.500 reais na compra de todo equipamento.
A agricutora diz que com a energia gerada dá para assistir televisão, ligar ventilador e a geladeira, segundo ela de forma controlada, "a gente com a energia pode ter uma geladeira, por exemplo, para guardar comida, ver TV, isso é bom" , diz.
Dona Maria Alves afirma que não sabe quando a energia elétrica vai chegar para beneficiar as outras famílias que não tem condições de comprar os equipamentos para adquirir a energia solar, mas se diz satisfeita com o seu equipamento, " a minha placa não é muito grande, mas gera energia suficiente para minhas necessidades e ainda dizem que é boa para o meio ambiente, então enquanto não chega estou satisfeita com ela" explica.
A agricultora tem razão, a energia solar pode ser um importante componente de sustentabilidade, seus benefícios são vários e se mostra uma alternativa viável para famílias agricultoras que não possuem outra forma de energia em suas comunidades.