Durante a Rio+20, como atividade integrante da Cúpula dos Povos, as comunidades Sérgio Silva e Esperança, localizadas no Complexo do Alemão, estão construindo unidades da Tecnologia Social Cisterna de Placas. A ação é uma iniciativa da Articulação no Semiárido (ASA), instituição formada por mais de mil organizações da sociedade civil que atuam pelo desenvolvimento sustentável, em parceria com a Fundação Banco do Brasil.

A Tecnologia Social Cisterna de Placas é uma solução para o problema da falta d’água e compreende a construção de um reservatório em forma cilíndrica, coberto e semienterrado. Um encanamento simples recolhe no telhado das casas a água de chuva e a encaminha para a cisterna ao lado, feitas de placas de cimento. Cada cisterna tem a capacidade de acumular 16 mil litros de água que, se usados com moderação, podem durar até 8 meses para uma família de cinco pessoas, em atividades como cozinhar, beber e escovar os dentes. A mobilização comunitária é parte integrante da metodologia de reaplicação da tecnologia social.

Uma dupla de cisterneiros do Nordeste, a agricultora potiguar dona Lindinalva e o pernambucano seu José Ivo, desembarcou no Rio de Janeiro, com a missão de ensinar a técnica para as comunidades e auxiliar na construção das cisternas. Eles são responsáveis desde a fabricação das placas de cimento pré-moldadas das cisternas até a sua estrutura e acabamento final.

Em Sérgio Silva, o buraco da cisterna já está sendo escavado por três pessoas da comunidade. Em Esperança, a comunidade está em fase de capacitação. A Associação Verdejar, parceira da ação no Alemão, organização que trabalha com agroecologia urbana e ações de recuperação da vegetação da Serra da Misericórdia é a responsável por cuidar das cisternas e fazer o gerenciamento da água.

Com a água da cisterna construída na comunidade Sérgio Silva, a Verdejar faz planos de reforçar uma área de 300 m² destinada à produção de legumes e verduras agroecológicas e cultivo de mudas de espécies nativas da Mata Atlântica, que são usadas no reflorestamento de áreas degradadas no morro, sobretudo por queimadas. A outra cisterna vai contribuir com as ações desenvolvidas pelo Centro de Educação Ambiental da Verdejar, que trabalha com formação de jovens, permacultura urbana e agroecologia. Além disso, a cisterna vai funcionar como uma reserva de água para consumo humano, caso as famílias da comunidade tenham necessidade.

Na Cúpula dos Povos, próximo ao estande do Sebrae e do Greenpace, o visitante poderá conferir uma unidade da Tecnologia Social Cisterna de Placas instalada pela Fundação Banco do Brasil - a mesma que está sendo reaplicada no Complexo do Alemão.

Água para Todos - Na região do Semiárido, que abrange os nove estados do Nordeste e o norte de Minas Gerais, as cisternas são usadas para atender a necessidade de água potável para a população sertaneja. Desde 2003, a ASA disseminou na região mais de 380 mil cisternas, beneficiando quase dois milhões de pessoas. Em dezembro de 2011, a Fundação Banco do Brasil e a Articulação no Semiárido Brasileiro, através da Associação Programa Um Milhão de Cisternas (AP1MC), firmaram acordo para a reaplicação da Tecnologia Social Cisterna de Placas na região do semiárido. A iniciativa integra o Programa Nacional de Universalização do Acesso e Uso da Água - Água para Todos, parte do Plano Brasil sem Miséria.

A participação da Fundação Banco do Brasil no programa Água para Todos prevê a implantação de 60 mil cisternas nos oito estados do semiárido brasileiro. A meta é a promoção do acesso à água para consumo humano. Uma das principais ações previstas é a reaplicação da Tecnologia Social Cisterna de Placas, construída para armazenar águas pluviais. A Fundação Banco do Brasil, o Banco do Brasil, a ASA e a AP1MC são parceiros na iniciativa que prevê a reaplicação da tecnologia social em 89 municípios de 40 microrregiões com investimentos sociais na ordem de R$ 120 milhões.

Serviço

Visita a Cisternas de Placas no Complexo do Alemão

Data: 20/06/2012

Local: Complexo do Alemão

Fonte: Site da FBB