Três iniciativas latino-americanas de gestão sustentável e democrática da água integram a publicação Modelos de Governabilidade Democrática da Água na América Latina, divulgada recentemente pela Fundação Avina em evento realizado no Peru. A obra é prefaciada por Elinor Ostrom, Prêmio Nobel de Economia em 2009.

Entre elas está reportada a experiência da Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA Brasil), que reúne uma série de organizações em parceria com o poder público a fim de viabilizar o programa Um Milhão de Cisternas. A iniciativa desenvolvida no Nordeste está concentrada em uma das áreas mais áridas do continente, onde habitam 36 milhões de pessoas.

"Esta série de organizações trabalham com os municípios e definem uma maneira democrática para que as famílias recebem a água por meio de critérios baseados na equidade", destacou Raúl Gauto, responsável pela estratégia de acesso à água da Avina.

O programa consiste na instalação de cisternas capazes de captar a água da chuva sobre o teto das casas. A água captada é armazenada em tanques de 16.000 litros para ser utilizada, posteriormente, no consumo. "É realmente fascinante assistir ao processo de como ter acesso à água, promover a democracia e fazer o desenvolvimento sustentável junto com essas comunidades", enfatizou Gauto.

Atualmente, a ASA já beneficiou mais de 1,8 milhão de pessoas no semiárido brasileiro, por meio da construção de 350.000 cisternas.

Os outros dois exemplos citados no livro da Avina são o das Organizações Comunitárias de Serviços de Água e Saneamento (OCSAS), que tem âmbito continental, e o da Matanza Riachuelo, na Argentina.

- Conheça o livro da Avina na íntegra em PDF (em espanhol) -