O 7º Encontro Nacional da Articulação do Semi-árido (EnconASA), realizado em Januária, Minas Gerais, foi encerrado na última sexta-feira (23). O governo federal reafirmou compromisso com a Articulação do Semi-árido (ASA) durante o evento.
As informações são da Agricultura Familiar e Agroecologia (ASPTA). A coordenadora da ASA, Valquíria Lima, reconheceu a importância do plano do governo Brasil Sem Misérias, mas apontou que ainda é necessário “avançar em algumas questões fundamentais”. Segundo ela, “enquanto houver gente morrendo de fome, não haverá desenvolvimento”.
Vlaquíria fez ainda outras reivindicações: o reconhecimento das populações tradicionais; a paralisação dos grandes projetos que expulsam as pessoas gerando mais miséria; uma assistência técnica e agroecológica que fortaleça a convivência com o Semiárido; além da inclusão dos municípios que estão fora do Semiárido Legal dentro das programas do governo.
A presidenta do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), Maria Emília, destacou a experiência dos vazanteiros, que desenvolvem um tipo de agricultura complexa a partir dos ciclos das enchentes dos rios. Ela também reforçou a importância das mulheres como sujeitos de direitos e de resistência. Como exemplo, citou a região do Cariri paraibano, onde 70% dos guardiões de sementes são mulheres. Por fim, destacou a necessidade do governo valorizar a construção de políticas públicas que fortaleçam formas associativas já existentes, além de incentivar novas.
Os representantes do governo acolheram as propostas levantadas no EnconASA. Jerônimo Rodrigues, do Ministério do Desenvovimento Agrário (MDA), reconheceu a necessidade de avançar no debate da reforma agrária e se comprometeu a agendar com o secretário da Agricultura Familiar (SAF), Valter Bianchini, uma audiência com a ASA, ainda este ano, para debater a política de sementes.
Já a secretária de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), Maya Takagi, anunciou que a pasta vai dar continuidade à parceria com a Articulação do Semi-árido. O encontro foi encerrado com a leitura da Carta Política elaborada durante o evento. Dividido em três pontos, o documento aponta orientações e estratégias para o futuro da rede. (pulsar)
Fonte: Agência Pulsar