O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e o Consórcio para o Desenvolvimento da Região do Ipanema (Condri), em Alagoas, já entregaram, em parceria, mais de 5,4 mil cisternas de água para beber em municípios do Semiárido do estado. Mais 3 mil cisternas de água para consumo humano estão previstas para a região até 2016. Com estas unidades, a parceria garantirá, em sete cidades, a universalização do acesso à água para a população rural inscrita no Cadastro Único.
No final de março último, a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, participou de evento promovido pela Condri nas comunidades Saco do Ramalho e Barro Vermelho, em Poço das Trincheiras, para comemorar os resultados e planejar as próximas ações de acesso à água. “Já mudamos a face do Semiárido com a entrega das cisternas para a convivência com a estiagem”, afirmou a ministra. “Com estas ações estamos dando condições para os mais pobres melhorarem de vida”.Os municípios alagoanos que alcançarão em breve a universalização de entregas de cisternas são: Carneiros, Dois Riachos, Maravilha, Ouro Branco, Palestina, Pão de Açúcar e Poço das Trincheiras.
No total, o governo federal já efetuou o repasse de R$ 14,2 milhões para a construção de 8 mil cisternas nestes e em outros seis municípios, que também receberão 1,6 mil cisternas até 2016.Por meio de parcerias com a Associação Programa Um Milhão de Cisternas (AP1MC), com o governo estadual e com as prefeituras, outros 11,4 mil reservatórios de água para beber foram entregues na zona rural de 18 municípios localizados na região do Ipanema, no semiárido alagoano. No total, em todo o estado, desde 2003, mais de 30 mil cisternas para o consumo humano foram entregues. Além disso, até fevereiro deste ano, 5,5 mil tecnologias sociais de água para a produção foram construídas com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da Petrobras e do Banco do Brasil.
ÁGUA PARA PRODUÇÃO
O convênio entre o MDS e o Condri também prevê a entrega de mais 4 mil tecnologias sociais de captação de água para a chuva para a produção. O convênio prevê o repasse total de R$ 61,7 milhões para esta ação. Até o momento, 1,9 mil tecnologias que auxiliam os agricultores familiares da região já foram construídas.
Durante o encontro para apresentar os resultados da parceria entre o MDS e do Condri, os gestores municipais dos 18 municípios da região do Ipanema também estão discutiram a tramitação de leis orgânicas municipais de segurança alimentar e nutricional.A convivência com o Semiárido depende do acesso à água nos períodos de estiagem, principalmente nas áreas rurais. Nos últimos 12 anos, o governo federal, em parceria com os governos estaduais, prefeituras e entidades do terceiro setor, desenvolve diversas iniciativas para garantir água para consumo e para produção na região, além de fortalecer as atividades dos agricultores familiares.
Até o momento, já foram instaladas 59,3 mil cisternas para captar água da chuva e ser usada para consumo das famílias mais pobres durante os períodos de estiagem. Além disso, foram implantadas 5,5 mil tecnologias sociais – de baixo custo e fácil utilização – que armazenam as águas pluviais para serem usadas na produção agropecuária.
O secretário nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Arnoldo de Campos, lembra que, com o acesso à água, outros desafios se apresentam na região. “As tecnologias de água para produção são prioridade. Temos que avançar mais na construção desses reservatórios e integrar essa ação a outras políticas de apoio à agricultura familiar, como assistência técnica rural, fomento, crédito e acesso aos mercados, tornando mais efetiva e sustentável a inclusão das famílias”.
Além dos reservatórios, 9,8 mil agricultores familiares alagoanos recebem assistência técnica especializada, sendo que, destes, 1,4 mil já estão recebendo recursos para investir nos projetos produtivos. O governo federal também está implantando 28 Bancos Comunitários de Sementes Crioulas no estado. O secretário nacional destaca que o projeto é mais uma etapa da rota de inclusão produtiva rural das famílias do Semiárido.
“As sementes, combinadas com a garantia de água para consumo e produção, juntamente com assistência técnica, recursos de fomento e apoio à comercialização terão efeitos surpreendentes na vida dessa população para a convivência com a seca”. A convivência com a estiagem também tem lugar nos bancos escolares, onde milhares de crianças e jovens estão diariamente e a água é um bem essencial. Parceria do MDS com a Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA) vai construir 310 cisternas para captação de água da chuva em escolas públicas de Alagoas até 2016.
A cisterna escolar é construída nos mesmos moldes das cisternas de água para consumo familiar. Feitas com placas de cimento, a cisterna escolar tem capacidade maior de armazenagem (52 mil litros) e pode garantir o acesso à água por oito meses (contando 20 dias de aula por mês). “Elas ampliam o acesso à água no ambiente escolar, servindo para consumo e preparo dos alimentos servidos nas escolas. Os reservatórios evitam a contaminação por verminoses e doenças, contribuindo para que as crianças entendam como conviver com a seca. A água é um direito delas”, destaca o secretário nacional.