Na Plenária das Juventudes, o grupo debateu acerca das bandeiras de lutas dos jovens do campo e da cidade. Na conversa os temas educação do campo, recursos naturais, agroecologia, transgenia, políticas públicas, educação e saúde, LGBT, reforma política, feminismo e educação contextualizada estiveram presentes nas falas. Segundo o grupo, essas são lutas que passam desapercebidas diante da grande mídia. "A Rede Globo sempre apoia os grandes empresários, a elite que explora os trabalhadores e não foi diferente nesse golpe de 2016", ressalta o jovem Juarez que mora na cidade de Tiaguá – CE.
Além de se prepararem para o ato público que aconteceu no dia 24 de novembro, os/as jovens construíram uma carta política, que foi lida após a mesa de encerramento do IX EnconASA, na qual pautaram seus anseios, necessidades e bandeiras. “Hoje, os/as jovens vivenciam novamente uma conjuntura política repressiva que a todo o momento, nos tira direitos básicos de viver e permanecer no campo. Dentre os fatores que nos “obrigam” a sair do campo, é possível destacar o modelo de educação descontextualizada que desvaloriza nossa realidade Semiárida, além de não formar cidadãos/as conscientes, deixando em última instância a formação política”, destaca um dos trechos da carta.
Noutro parágrafo, eles e elas demandam ações da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) específica para a juventude: “...partindo da necessidade de fortalecer as suas bases e ampliar seus espaços políticos, trazem algumas propostas à Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), dentre as quais estão: ampliação e/ou criação de espaços voltados para a juventude, em todos os estados do Semiárido, com objetivo de realizar trocas de informações e formação política, havendo então, uma verdadeira multiplicação do conhecimento popular e consequentemente, o fortalecimento da articulação e organização da juventude”.
Confira a Carta Política das Juventudes do Semiárido
Participação dos/as Jovens no IX EnconASA
No Encontro Nacional da Articulação Semiárido Brasileiro (IX EnconASA), realizado de 21 a 25 de novembro na cidade de Mossoró (RN), a pauta juventude esteve presente em todos momentos. Na mesa de abertura onde foram discutidos os cenários e a conjuntura política nacional, a juventude se fez presente. Quando o debate foi estendido para a participação do povo, a juventude teve sua voz representada: “o povo precisa ter o direito de contar a sua própria história e de ser sujeito dela”, afirmou a jovem Mônica Lourenço, 19 anos, do Assentamento Caiana no município de Massaranduba – PB. A sua fala se pautou na luta da comunicação como direito; e nas preocupações com as histórias protagonizadas pelos povos e nas histórias narradas sobre eles nos meios de comunicação de massa.