Por Fernanda Cruz e Gleiceani Nogueira | ASACom
A Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), o Instituto Sol e o Instituto Interelos realizaram o Seminário Nacional do Programa Um Milhão de Tetos Solares no Semiárido, nos dias 10 e 11 de julho, no Recife-PE. O evento é mais um passo na construção de uma proposta concreta de produção de energia solar descentralizada no semiárido e de enfrentamento ao modelo excludente de produção energética vigente no país.
O Programa já vem sendo gestado e refletido desde 2022, quando a ASA já apontava, publicamente, na Carta Por Um Semiárido Vivo, para a necessidade de garantir “a geração de renda e de energia socialmente justa e descentralizada, a partir dos mesmos tetos que já captam água de chuva”.
A proposta tem como inspiração duas experiências populares com energias renováveis desenvolvidas a partir da Escola Família Agrícola Sertão Baiano (EFASE), que produz placas de energia solar, e da Associação Comunitária Terra Sertaneja (ACOTERRA), que trabalha com comunidades de fundo de pasto.
“Queremos apresentar ao Estado brasileiro e à sociedade um outro caminho que envolve as famílias na produção, distribuição e gestão de energias e de forma que elas possam ter participação na renda gerada a partir dessas energias”, destaca Cícero Félix, coordenador executivo da ASA pelo estado da Bahia.
Além da coordenação da ASA, participaram do Seminário representantes do MCTI, Sudene, FBB e MMA.
Durante o seminário foram discutidas questões técnicas, legislações e marcos teóricos e o início da modelagem dos critérios como territórios e públicos a serem atendidos. Essa pauta será rediscutida no X EnconASA, em novembro, quando o projeto-piloto será apresentado à sociedade e ao Governo Brasileiro.
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