Por Kleber Nunes | ASACom
Dando continuidade à execução do Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC), a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) com apoio do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) realizou, de 23 a 25 deste mês, a 1ª Oficina de Qualificação das Implementações do P1MC, em Vitória da Conquista (BA). A capacitação formou 34 coordenadores/as e animadores/as de 25 organizações sociais locais e dos estados de Minas Gerais e Sergipe.
O objetivo da oficina foi compartilhar experiências e aprimorar o processo de construção de cisternas e seus diversos modelos, e os cuidados para evitar danos à estrutura dos reservatórios. Durante os três dias, os/as coordenadores/as e animadores/as participaram de mesa-redonda, palestras, rodas de diálogo e visita de campo.
Entre os temas aprofundados na Oficina de Qualificação das Implementações do P1MC os assessores da ASA apresentaram o histórico da rede na construção de conhecimento sobre cisternas, o papel das cisterneiras e cisterneiros na relação com as famílias contempladas pelo programa e estratégias de compra e logística.
“A oficina trata os pontos no sentido de passar as instruções do que, de fato, o programa exige de padrão e metodologia da construção, além do tratamento com relação à questão de gênero entre pedreiros, pedreiras e familiares. Essa fase antecede o período de construção das cisternas, quando as UGs [unidades gestoras] têm o diálogo com as famílias e com os pedreiros e pedreiras. A gente tá no processo de mobilização e capacitação”, explica o assessor técnico do P1MC, Rodrigo Lopes.
De acordo com a coordenação do programa, a 1ª Oficina de Qualificação das Implementações do P1MC atingiu as expectativas. “A metodologia proporcionou uma boa interação entre os participantes em todos os momentos. Todos os participantes saíram se sentindo contemplados com a capacitação”, afirma a assessora técnica do P1MC, Iêda Simão.
A ASA vai realizar ainda mais duas Oficinas de Qualificação das Implementações do P1MC. As formações estão agendadas para acontecer simultaneamente de 27 a 29 de fevereiro, em Pernambuco e no Ceará.
Rumo à universalização da primeira água
Com a posse do governo democrático liderado pelo presidente Lula (PT), o MDS retomou, ainda em 2023, o Programa Cisternas. O edital de chamamento público vencido pela Associação Programa Um Milhão de Cisternas - personalidade jurídica da ASA - prevê a construção de 47.550 cisternas para estocagem da água de chuva para beber e cozinhar (primeira água), nos dez estados do Semiárido, em até 20 meses.
A cisterna é um equipamento de baixo custo com capacidade para 16 mil litros e que já chegou a mais de 1,2 milhão de famílias do Nordeste e de Minas Gerais. Hoje, essa tecnologia social é referência mundial na democratização da água e no combate à desertificação.
A ASA tem dialogado com os entes do Estado Brasileiro para que haja a ampliação dos investimentos do Programa Cisternas em pelo menos R$ 2 bilhões. Esse recurso seria suficiente para suprir o déficit de cerca de 500 mil famílias que ainda não têm acesso à primeira água no Semiárido.
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