Agricultura familiar
16.06.2022
Reforma Agrária para alimentar o Brasil

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Por Simone Benevides

Jayme Amorim reforça a necessidade de se fazer uma reforma agraria no Semiarido - Foto Nelzilane Oliveira

Nesta quinta-feira, dia 16,  segundo dia de programação da I Feira  Nordestina da Agricultura Familiar e Economia Solidária, que está sendo realizada no Centro de Convenções em Natal, no estado do Rio Grande do Norte, está acontecendo  o painel: Reforma Agrária: uma agenda necessária para o resgate de um projeto de Soberania Alimentar Nacional. 

Na ocasião, o membro da Direção Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Jaime Amorim, trouxe reflexões sobre a necessidade de se discutir a reforma agrária, não como uma pauta do passado, mas como um assunto atual, que respeite a natureza. Este plano deve, ainda segundo ele, levar em consideração os problemas atuais da população rural, como a crise sanitária e suas consequências, e a violência no campo que avança a cada dia. "A reforma agrária não é coisa do passado,  é coisa do presente, é necessária para o futuro". afirmou.


Josana Lima reforça que as mulheres subvertem os donos da terra, no momento em que constroem um quintal produtivo nos arredores de casa - Foto: Nelzilane Oliveira

Ele reforçou que a crise alimentar que ataca o mundo, ainda não se agravou no Brasil, graças à agricultura familiar camponesa, e que 72% dos alimentos produzidos no país, vem da produção dessas famílias. Quem também participou do debate, foi a integrante da Confederação Nacional da Agricultura Familiar (Contraf), Josana Lima, que iniciou sua fala dando destaque à participação política e ao trabalho das mulheres na promoção da segurança alimentar. "As mulheres, mesmo exploradas pelo proprietário da terra onde moram e trabalham, arrumam uma forma de transformar seu pequeno quintal num lugar de produção de alimentos." 

Josana Lima da CONTRAF,  falou em nome das famílias agricultoras, dizendo da certeza que tem do papel que exercem para com a sociedade. Ela complementou, afirmando que a reforma agrária é o acesso aos territórios e isso não acontece sem o acesso à terra e aos povos e nem sem soberania alimentar. "Não tem como pensar em nada, sem pensar na redistribuição de terra nesse país, dando oportunidade às mulheres e homens terem alimentos saudáveis". 

A feira, também conhecida como Festa da Colheita, segue até domingo, 19. Várias experiências estão sendo apresentadas ao público através dos estandes, bem como, pelos painéis e eventos paralelos. A Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) montou um estande no local. Quem passa por lá, pode conhecer os projetos da rede, além de ajudar na construção de um milhão de cisternas para o Semiárido, se tornando um doador da Campanha Tenho Sede, que está sendo divulgada no local. A comercialização de produtos acontece das 16h às 22h.