Vídeo
20.05.2020 CE
Semiárido Vivo em tempos de pandemia

Voltar


Por João Caetano e Aline de Castro - Comunicador popular e assessora social do IAC

Helena exibe com orgulho a sua caderneta |Foto: IAC

Com o avançar da pandemia do novo coronavírus para as áreas rurais do Brasil, é fundamental que o Estado brasileiro faça valer a garantia emergencial às pessoas com trabalhos formais, informais e às desempregadas. No Semiárido, agricultoras e agricultores de diversas comunidades rurais têm atravessado esse momento dando continuidade às atividades com o quintal, garantindo a segurança alimentar das famílias, das comunidades e dos territórios. Essas iniciativas fazem enfrentamento à atuação negligente e irresponsável do Governo Federal em meio aos problemas sanitários e socioeconômicos trazidos pela pandemia as comunidades rurais.

As experiências agroecológicas são desenvolvidas desde sempre a partir do trabalho das mulheres em seus quintais, no resgate e valorização dos saberes tradicionais, das técnicas de manejo para produzir alimentos saudáveis, livres de agrotóxicos, nos cuidados com a saúde e o bem viver. Neste contexto, destacamos que a Caderneta Agroecológica vem como ferramenta para mensurar e dar visibilidade ao trabalho das agricultoras agroecológicas, ao mesmo tempo busca contribuir para a promoção da sua autonomia. Tornar visível o trabalho de cada uma delas, na sua rotina diária, com o que elas vendem, doam, trocam e consomem. O exercício de anotar pode ser um instrumento para revelar suas contribuições na renda e economia familiar.

A agricultora *Helena Soares* da comunidade de Riacho das Flores no município de Reriutaba, está entre as 18 mulheres que participam do preenchimento das Cadernetas Agroecológicas através do Projeto Paulo Freire (Fida/SDA) acompanhada pelo Instituto Antônio Conselheiro (IAC). O quintal agroecológico dela tem a diversidade e os saberes do Semiárido partilhados em sua mesa, alguns destes colhidos de sua ancestralidade e outros de sua expertise e sabedoria em meio às adversidades no campo, sendo exemplo de enfrentamento durante esse momento de Pandemia.

Clique aqui e confira o depoimento em vídeo da agricultora Helena Soares sobre como a agroecologia tem ajudado ela e outras familias do Semiárido a atravessar a pandemia do Covid-19. As imagens foram feitas pelo seu filho Francisco José Soares Mendes.

A associação Comunitária de Riacho das Flores em parceria com a equipe técnica do IAC vem desenvolvendo ações contínuas, voltadas para a orientação, divulgação e comercialização dos produtos da agricultura familiar local. Na comunidade, vem se consolidando a Feira da Agricultura Familiar de Riacho das Flores, que estava sendo realizada toda primeira e última sexta-feira de cada mês, tendo como local o espaço em frente à sede da associação. Mediante esse novo contexto de distanciamento social em busca de desacelerar a transmissão do novo coronavírus, a Feira da Agricultura Familiar está com uma nova roupagem, sendo realizada de forma virtual, através de um grupo de Whatsapp. Neste grupo formado por produtores e consumidores, os agricultores e as agricultoras postam seus produtos e os consumidores ficam sabendo o que está sendo ofertado dentro da comunidade, assim como também podem indicar o que estão procurando. Essas são novas formas e estratégias que os povos do Semiárido está encontrando para driblar as adversidades impostas.