Uma oficina de produção de áudio realizada desde terça-feira (10) e que termina no final da manhã de hoje instigou as crianças e adolescentes de 9 a 19 anos de três comunidades quilombolas - Igarité, Pedra Negra e Torrinha - do município de Barra, no Semiárido baiano, para o direito de produzirem conteúdos e os divulgarem por meio do rádio ou da internet.

Mas não foram só as/os participantes da oficina que ficaram empolgados. O entusiasmo se espalhou também entre as mães, avós, pais, comunidade escolar e lideranças. Ontem à noite, na Escola Municipal de Igarité, houve um momento de socialização dos produtos de áudio elaborados na oficina e também do caminho trilhado para chegar neles.

Nesse momento, em que todas as cadeiras colocadas no pátio da escola estavam ocupadas, foi feito a semeadura de uma rádio comunitária, um desejo que não é de hoje na comunidade de Igarité. "Além dos conhecimentos técnicos construídos, nos dois dias e meio da oficina, presenciamos algo muito precioso entre as crianças e adolescentes: a descoberta de seus potenciais e da possibilidade de falarem de sua realidade e daquilo que é importante pra vida deles. No encontro ontem à noite com a comunidade, que foi um lindo momento de celebração, ressaltamos que as comunidades precisam estar organizadas para seguir esta caminhada, que não começou agora mas teve nesta semana um importante estímulo", destaca Verônica Pragana, que dividiu a facilitação da oficina com Hugo de Lima, ambos da Assessoria de Comunicação da ASA (Asacom).

Esta atividade faz parte de mais uma etapa do Programa Cisternas nas Escolas, da ASA, realizado pelo Centro de Assessoria Assuruá (CAA) em 40 comunidades rurais de Barra com financiamento da Fundação Bem-te-vi.
Confira aqui os produtos experimentais construídos nos dois primeiros dias de oficina.