FOMENTO
15.08.2019 PE
Famílias do Semiárido colhem frutos do P1+2 Fomento

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Por Rosa Sampaio - ASACOM

Cisterna do P1+2. Foto: Rosa Sampaio/ASACOM

As famílias de D. Lúcia Soares, Edilza Soares e Elisangela Patrícia, todas moradoras do sítio Cajá, em Vertentes, no agreste pernambucano, tiveram sua capacidade de estoque de água para produção de alimentos ampliada e ainda têm tido a oportunidade de incrementar a produção. Essas famílias fazem parte de um universo de 2383 famílias que estão participando do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), que nesta etapa, por meio  do recurso de fomento, tem possibilitado que famílias enquadradas no perfil de extrema pobreza participem da ação.

Mãe e filha: famílias de D. Lúcia e Edilza Soares beneficiadas pelo P1+2 Fomento

As famílias destacaram a importância dos Programas Um Milhão de Cisternas (P1MC) e do P1+2 , para dignidade da família, manutenção das criações e do cultivo, principalmente do milho e do feijão. “ Antes das cisternas a gente não tinha água pra nada, eu pegava água suja do barreiros ou comprava água, e quase nunca tinha dinheiro para isso”, enfatizou D. Lúcia. A cisterna de primeira água  já abastece a família há treze anos e agora com a chegada da cisterna da segunda água, para produção e criação, é notável o orgulho de todos da família. 

Por muito tempo a realidade das pessoas do semiárido era além de conviver com escassez da água, serem submetidas à humilhação para conseguir comprar ou receber um pouco de água para suas famílias. “Era comum ver as nossas criações morrendo, sem ter como salvar, perdemos cabras, perdemos gado, era tristeza só. Hoje, a coisa mais feliz é ver nossas cisternas “sangrando” e agora ver a cocheira que conseguimos com esse projeto, os bodes e as cabras agora tudo lá, chega dá gosto de ver”, comemora Edilza Soares, que com o dinheiro do fomento construiu a cocheira.

A família de Elisângela Patrícia exibe com orgulho a cisterna de segunda água e também a cocheira que fizeram com recurso do fomento. Elisângela agora sonha com sua horta e aumentar a sua criação de galinhas, “ antes a gente não podia plantar uma horta porque não tinha água, agora vamos aumentar a criação de galinhas, para vender, aí a gente vende para comprar a tela sabe, para cercar as galinhas e gente poder plantar, se não elas comem tudo”, já planeja Elisângela. 

Elisângela e família , do Sítio Cajá, recebendo a equipe da ASA e do BNDES

Essa etapa do P1+2 é apoiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Social - BNDES e pelo Ministério da Cidadania e visa unir duas políticas públicas, a de cisternas e  a de fomento, para possibilitar infraestrutura para o plantio e para criação às famílias do semiárido.. Para Antônio Barbosa, coordenador do P1+2, o projeto com fomento tem o desafio de ampliar o número de famílias, “esse é o primeiro ano e os resultados são super positivos, mas a gente precisa chegar em mais famílias, justamente porque estão em situação de extrema pobreza  e não têm infraestrutura para plantar e para criar de forma conjunta”. Barbosa explica que esse primeiro ano chegou a mais 2 mil famílias acompanhadas por 34 organizações da ASA, onde cada uma acompanha 200 famílias, sendo 70 beneficiadas com o fomento. “A idéia é ampliar para todas as famílias do P1+2, mas para isso ainda precisamos avaliar e fazer um diagnóstico da situação dessas famílias”, pontua.

Fernanda Thomaz da Rocha, gerente do Departamento de Inclusão Produtiva do BNDES destaca a importância da  parceria com ASA para a melhoria dos produtores rurais do semiárido. “È importante ressaltar que esse momento do projeto de incorporar o fomento e o acompanhamento técnico só foi possível pela parceria de longa data com a ASA, uma parceira que vem desde 2013, com mais de 30 mil cisternas apoiadas pelo Fundo Social do  BNDES, como com o Ministério da Cidadania e a Fundação Banco do Brasil. Então essas parcerias foram fundamentais para fazer essa inovação que é unir essas duas políticas públicas-  o programa de cisternas e programa de fomento do Ministério da Cidadania,   e nessa relação de confiança  dar um passo a mais e trazer mais recurso para a melhoria de vida das famílias, nessa inclusão produtiva, avalia Fernanda. 

O P1+2 é executado pelas organizações da ASA,  desde de 2007, com o objetivo de promover a soberania e a segurança alimentar e nutricional das famílias agricultoras e fomentar a geração de emprego e renda para as mesmas. A estratégia para alcançar esses objetivos é estimular a construção de processos participativos para o desenvolvimento rural do Semiárido brasileiro. o Programa atende hoje mais de 6 mil famílias.