Por Boletim da Diaconia
O grupo, composto por cerca de 30 pessoas, tem em comum a consciência e a vivência da perservação e conservação ambiental. Assessorados pelas organizações não-governamentais Caatinga, Centro Sabiá e Diaconia + todas com sede em Pernambuco + esses agricultores e agricultoras acumulam conhecimentos e experiências sobre como extrair alimento da terra sem deixá-la empobrecida de nutrientes.
A prática de produção agroecológica dessas famílias agricultoras é baseada na agroecologia, uma ciência que orienta processos de desenvolvimento rural sustentável, abrangendo as dimensões social, econômica, ambiental e política. No cultivo, eles dispensam o uso de agrotóxicos e defensivos químicos para controle de pragas. Eles não praticam a queimada na preparação do solo. Em alguns casos, não desmatam a vegetação nativa para plantar. O plantio também não é de uma só espécie. A diversidade de plantas garante à terra nutrientes necessários para a vitalidade da mesma, assim como dificulta o ataque de pragas.
A relação estabelecida com a terra também se estende aos recursos hídricos locais. A água é captada, armazenada e utilizada de forma estratégica, sem desperdício. Mesmo no sertão, em época de seca, essas famílias plantam e colhem. Na verdade, um dos segredos delas é adaptar o cultivo às condições climáticas da região. Elas se empenham em observar e conhecer a natureza para tirar dela o mehor proveito.
E qual a relação dessas práticas com as mudanças climáticas? Ora, se um dos fatores para o aumento da temperatura na Terra é a degradação da mãe-natureza, essas famílias agricultoras estão fazendo a sua parte e, com certeza, ajudando a minimizar os efeitos do aumento da temperatura nas suas regiões. Na agrofloresta - um modelo de sistema de produção que consta na "cartilha" da agroecologia - os seus adeptos não desmatam, pelo contrário reflorestam.
Mais do que isso. Organizando-se em associações para aumentar a sua força política, essas famílias estão indo cada vez mais longe. Elas conseguem vender seus produtos direto para os consumidores, livrando-se dos atravessadores que compram os produtos a preços muito baixos. Sem<
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