Semiárido
04.07.2007
Câmara debate alternativas para o Semi-Árido
Câmara debate alternativas para o Semi-Árido

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Por Suzane Durões - Especial para ASACom

A solução para Semi-Árido não pode ser pensada apenas a partir do São Francisco. Um contraponto à transposição é o Atlas das Águas do Nordeste. Ele representa um perfeito diagnóstico da realidade hídrica de mais de mil municípios do Semi-Árido e também é uma proposta fantástica de solucionar o problema hídrico da região. A afirmativa partiu do representante da Articulação do Semi-Árido Brasileiro (ASA), Roberto Malvezzi, ao participar ontem (03/07) da audiência pública que discutiu o Atlas das Águas do Nordeste e a convivência com o Semi-Árido.

+O Atlas faz o diagnóstico, propõe a obra adequada para resolver o problema de abastecimento de água dos municípios e ainda orça o custo das obras. Um [o Atlas] foca no abastecimento humano e o outro [a transposição] no desenvolvimento econômico. Então queremos que a prioridade seja o abastecimento humano, que em primeiro lugar sejam implementadas as obras do Atlas", afirma Malvezzi.

A audiência foi solicitada pelos deputados federais Iran Barbosa (PT-SE) e Juvenil Alves (sem partido-MG). Barbosa é presidente da Subcomissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara Federal, criada para acompanhar as questões relacionadas ao rio São Francisco.

Segundo o representante da ASA, +a transposição deverá saciar a sede de 12 milhões de pessoas no nordeste brasileiro, enquanto o Atlas prevê o benefício de 34 milhões de pessoas a um custo bem mais baixo+. A transposição está orçada em R$ 6,6 bilhões e pretende beneficiar 391 municípios em quatro estados. Já o Atlas prevê o investimento de R$ 3,5 bilhões e atenderá 1.356 cidades do semi-árido.+Com apenas metade do investimento orçado para a transposição o problema poderá ser resolvido+, disse.

Além da participação do Malvezzi, a reunião sugerida pelos deputados Iran Barbosa (PT-SE) contou também com a presença do superintendente de planejamento e recursos hídricos da Agência Nacional de Águas (ANA), João Gilberto Lutufo e o representante do Ministério da Integração Nacional, Demétrio Christofidis.

Durante a reunião o superintendente da ANA, informou aos presentes que uma segunda etapa de atualização do Atlas já está sendo elaborada. Lutufo enfatizou que o documento aponta medidas que tendem a equacionar o problema da água na região. +Queremos atualizá-lo, pesquisando e mapeando, agora, áreas com populações abaixo de cinco mil habitantes+. Sobre a implementação das obras do Atlas, ele disse que a ANA não tem caráter executor.

Questionado sobre a transposição, depois de elogiar a elaboração do Atlas, o representante do Ministério da Integração Nacional foi evasivo no discurso. +O Ministério como órgão executor da política de integração, procura levar água de onde há abundância de oferta para população que necessita de água para o abas