Gênero
08.03.2007
As mulheres do Semi-Árido e a luta pela garantia de direitos
As mulheres do Semi-Árido e a luta pela garantia de direitos

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Por Fernanda Cruz - ASACom

A luta social, política e econômica travada por mulheres em todo mundo é destaque desta quinta-feira, 8 de março, por ocasião do Dia Internacional da Mulher.

A data, instituída em 1910, durante a Conferência Internacional das Mulheres, homenageia 129 tecelãs, que foram assassinadas, em 1857, em Nova York, ao reivindicar melhores condições de trabalho. +O caso dessas mulheres representa a luta de muitas outras que continuam morrendo em busca dos seus direitos, como Margarida Alves+, destaca a coordenadora da Casa da Mulher do Nordeste (CMNE), Marli Almeida.

Segundo a coordenadora, apesar do caso das tecelãs já ter mais de cem anos, situações de opressão e violência vivida pelas mulheres, continuam acontecendo. +O capital ainda oprime muitas mulheres. Ainda hoje, a remuneração feminina chega a ser 30% inferior à masculina+, ressalta. 

No semi-árido brasileiro, a data é marcada por uma histórica luta pela posse da terra, pelo direito à água e à alimentação. +Esses são desafios impostos às mulheres dessa região cotidianamente. O acesso à água, por exemplo, representa uma diminuição considerável da jornada de trabalho delas+, explica Marli Almeida.

A promoção da igualdade nas relações de gênero tem sido alvo constante nas discussões da Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA Brasil). +Uma rede do tamanho da ASA não poderia deixar de tornar visível a necessidade de inserir esse tema em todas as suas práticas+, afirma Betânia Andrade, integrante da Comissão de Gênero da ASA e coordenadora do P1MC na região de Sobral, Ceará.

A integrante da Comissão ainda afirma que +o 8 de março não é só um momento para celebrarmos a nossa vitória em algumas áreas. É, principalmente, uma ocasião para levantar novas e velhas bandeiras de luta+.

As organizações das ASA+s estaduais também estão envolvidas com as manifestações desta semana. Temas como agroecologia, violência contra mulher e economia solidária fazem parte da programação, que vai de seminários a passeatas. +No Ceará faremos um ato que não representa a posição de uma instituição, mas da sociedade. Da capital às microrregiões a luta da mulher pelos seus direitos será o foco principal das atividades desta semana+, diz Betânia Andrade.

Para ver a programação de todos os estados, clique aqui.

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