Mulheres
15.10.2018 CE
Profissão: educadora e agricultora familiar

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Por João Marcos - comunicador do IAC

Dona Teresinha divide o amor entre as duas profissões: agricultora e educadora | Foto: João Marcos

Todos os dias se multiplicam histórias de convivência de professoras e professores do campo. A convivência é uma nova forma de ver e viver no Semiárido e os sujeitos dessa história são marcados pela resistência, amor pela terra e pelo próximo. O Semiárido também é um espaço de partilha de saberes do coração e da terra. A educação semeada por educadoras e educadores do campo inclui e tem como base o seu povo, respeitando, escutando e valorizando os anseios e os saberes populares.

Dona Teresinha de 54 anos é mulher, agricultora familiar e professora de uma escola do campo da comunidade de Croatá, onde ela mora com sua família no município de Quixadá. Ela acredita e promove essa educação em sua comunidade. Para ela, ser educadora e agricultora familiar é plantar saberes do campo no coração das suas alunas e alunos.

O conhecimento que é semeado e colhido todos os dias nas salas de aula por ela e suas alunas e alunos, mais se parece com os povos do Semiárido, do que, os que são partilhados nos livros. Esses saberes respeitam nossa terra e o povo que vive aqui e suas origens, principalmente fomentando alegria, amor e motivação para seguir no caminho do bem viver. “Nossa maior missão é construir um espaço de convivência e respeito. A minha bandeira é a da Agroecologia e da educação.” comenta Dona Teresinha. 

Ela e sua família conquistaram a cisterna-calçadão por meio do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), executado pelo Instituto Antônio Conselheiro (IAC) no Sertão Central em parceria com a Articulação no Semiárido Brasileiro e o Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES). Dona Teresinha comenta que foi a partir da chegada da tecnologia que ela teve a oportunidade de conhecer e trocar experiências de convivência com outras mulheres agricultoras do Semiárido durante as capacitações Gerenciamento de água para Produção de Alimentos (GAPA) e Sistemas Simplificados de Manejo de Água (Sisma) que fazem parte do plano de ação do Projeto.

Essa partilha de saberes chega também nas escolas, onde ela tem oportunidade de conversar e levar essas experiências de convivência para suas alunas e seus alunos. Dona Teresinha representa toda a força e amor da mulher agricultora e multiplicadora de saberes do Semiárido.  A educação que pulsa nas escolas do campo é feita com diversidade, amor, luta, resistência e dialoga com as famílias do campo.  Valorizar o trabalho, a garra e o amor das educadoras e educadores do campo é valorizar a cultura do Semiárido e lutar pela universalização da educação pública no campo.