Comunicação Popular
25.09.2018 PI
Comunicação Popular e Mídias Alternativas é tema de Oficina em comunidade rural do Piauí

Voltar


Por Paula Andréas - comunicadora do FPCSA

A oficina de comunicação é uma das atividades planejadas pelo coletivo de comunicação do Fórum com o intuito de fortalecer a comunicação popular | Foto: Comunicação FPCSA

O Fórum Piauiense de Convivência com o Semiárido realizou nos dias 20 e 21 de setembro, na comunidade Cipó de Baixo em Pedro II, a Oficina de Comunicação Popular, Rádio e Mídias Alterativas. Presentes na oficina jovens de comunidades rurais do município de Pedro II e Lagoa do São Francisco, estudante da Escola Família Agrícola Santa Ângela, representantes dae entidades como a Kolping, Cerac, Cefesa e Cáritas.

 

O evento trouxe para debate a importância da comunicação popular como instrumento de formação política; as rádios comunitárias como ferramentas de anúncio e denúncia da comunidade e o uso das mídias alternativas no fortalecimento das ações comunitárias e movimentos sociais.

 

O sociólogo Carlos Humberto Campos, assessor da Cáritas Regional do Piauí, ministrou a Oficina "A importância da Comunicação Popular" como instrumento de educação libertadora, formação e mobilização política. Segundo o sociólogo as mídias alternativas deve ser instrumento para levar as várias vozes que não tem espaços nas grandes mídias. "Não devemos ser papagaios, só repetir o que nos é transmitido pelas grandes mídias, devemos buscar meios alternativos de levar as várias vozes comunitárias que existem", disse.

 

A facilitadora da Oficina, a jornalista e comunicadora popular Paula Andréas, apresentou a palestra "Comunicação Popular Rádio e Mídias Alternativas" e destacou a importância dos meios alternativos no sentido do exercício do próprio direito de comunicar. "Os grupos tradicionais de comunicação dominam a mídia brasileira. A mídia de massa entra todos os dias nas casas das pessoas, trazendo informações nacionais, afunilamento e reduzindo visões, e a população muitas vezes não sabe de sua comunidade ou ambiente ao seu redor", disse.

 

A facilitadora também apresentou meios alternativos de comunicação e destacou a importância das rádios comunitárias no enfoque mais local e como instrumento que dá voz à comunidade. Paula Andreas destacou, ainda, a importância das redes sociais como meio de anuncio e denúncias da comunidade e grupos sociais. 

 

Jovens da comunidade Engano de Baixo, no município de Lagoa do São Francisco, fizeram a apresentação da experiência da Rádio Boa Nova FM. Falaram sobre a luta de manter a rádio na comunidade, mas ao mesmo tempo a gratidão em ter esse meio de comunicação para contribuir na visibilidade das ações de sua comunidade. Aury Cardoso, comunicadora da Rádio Boa Nova FM, falou da importância da comunicação popular para a sua comunidade. "A comunicação popular vem para abrilhantar cada vez mais os trabalhos e as potencialidades que as comunidades apresentam".

 

A comunidade Cipó de Baixo, que acolheu os participantes, apresentou sua experiência do CCA – Centro de Convivência em Agroecologia, que trabalha com jovens da localidade, dentro de uma educação contextualizada, temas como meio ambiente, cultura e cooperativismo. A professora Toinha contou a história do grupo, e as estratégias de comunicação nas mídias sociais para divulgação das ações. Através dessa divulgação, a comunidade recebeu a reportagem de uma TV do Piauí, que se propôs divulgar a ação dos jovens do Projeto CCA.

 

Na prática, os jovens presentes se dividiram em três grupos onde foram trabalhadas produtos de comunicação em Rádios, Mídias sociais em texto, vídeos e a comunicação popular através do teatro. Durante a produção os jovens tiveram noções de produção, edição e divulgação do material. Ao final da oficina os trabalhos foram apresentados e avaliados por todos.

 

Para a comunicadora Popular da Cáritas, Crys Machado, que ajudou na facilitação do evento, a oficina realizada pelo FPCS, tem sua importância porque dá espaço para se debater e trabalhar essa comunicação que é pouco valorizada. "A importância da oficina é justamente por tratar da realidade dessas localidades, porque de outra forma essas realidade não serão debatidas e mostradas e essa comunicação desenvolve a cidadania, porque no processo de construção dela, os envolvidos conhecem e divulgam suas ações", diz.

 

O Fórum Piauiense de Convivência com o Semiárido é uma articulação de organizações da sociedade civil que atua a favor do desenvolvimento social, econômico, político e cultural do Semiárido. A Comunicação e a importância da sua Democratização é uma das temáticas defendida pelo FPCSA.