Agricultoras e agricultores familiares de quatro países advindos de regiões do planeta atingidas por secas: Semiárido brasileiro, El Salvador, Guatemala e Honduras compartilharam experiências nesta terça-feira (26), no Semiárido paraibano. A região escolhida para o primeiro dia de visita foi o município de Juazeirinho, na região do Cariri/Seridó. A comunidade de Sussuarana acolheu o grupo.

Duas famílias foram visitadas: a de Maria Ivoneide e Petrônio Nunes, que tem como foco a produção de alimentos sem o uso de veneno, a conservação das sementes crioulas, a produção e estocagem de forragem (criação animal) e a comercialização de produtos da Agricultura Familiar, como por exemplo, mudas de plantas nativas.
A outra família visitada foi a de Pedrina, João e Salvador Barbosa que tem fortalecido em sua propriedade a estocagem de água, a produção artesanal e a comercialização do fubá livre de transgenia, bem como a criação animal.

Na parte da tarde, o grupo teve a oportunidade de sair da experiência familiar para conhecer a experiência territorial, onde estas mesmas famílias estão incluídas. Através de uma instalação pedagógica, a dinâmica do Coletivo das Organizações da Agricultura Familiar do Cariri, Seridó e Curimataú, composta por cerca de 300 comunidades de 12 municípios (Soledade, Pocinhos, Juazeirinho, Tenório, Santo André, Gurjão, São João do Cariri, Boa vista, Pedra Lavrada, Cubati, São Vicente e Olivedos), foi apresentada a partir das temáticas de: produção de alimentos saudáveis, estocagem de forragem animal, tecnologias de armazenamento de água e reuso, conservação das sementes crioulas, Fundos Rotativos Solidário (FRS) e acesso a mercado. Essas estratégias de convivência com a semiáridez, têm sido realizadas em parceria com o Patac (entidade de assessoria técnica e socio-organizativo a Agricultura Familiar Camponesa), que faz parte da Articulação Semiárido Paraibano (ASA Paraíba).

No fim do dia, ainda em clima de festa junina, as atividades foram encerradas com a benção das Sementes da Paixão, como são chamadas as sementes crioulas na Paraíba, além da partilha de um lanche junino e uma quadrilha matuta que, além de integrar os laços entre os países, apresentou um pouco da cultura do mês de junho aos visitantes.