O tema "Comunicação e Cultura como caminhos para construção do conhecimento agroecológico" vem ganhando força no processo preparatório do IV Encontro Nacional de Agroecologia (ENA). Mais do que nunca, o ENA pretende reoxigenar o campo agroecológico ao fortalecer conexões entre as diversas lutas e resistências entre o campo e a cidade, no cenário político atual. Para o movimento agroecológico, é fundamental repensar a cultura e a comunicação como práticas cotidianas e expressões dos povos.

Neste IV ENA, há uma aposta coletiva de avançar na visibilização e no fortalecimento político da cultura popular como uma das principais expressões de resistência, com a diversidade que pulsa nos territórios, que constroi cotidianamente estratégias solidárias e alternativas econômicas, políticas e organizativas que resistem ao agronegócio e às diversas pressões do capital nos territórios. O IV ENA vai acontecer no Parque Municipal, centro de Belo Horizonte/MG, de 31 de maio a 03 de junho de 2018, ano em que a Constituição Federal de 1988 completa 30 anos.

O estado da Bahia, no seu II Encontro Estadual de Agroecologia, realizado nos dias 9 e 10 de maio, abriu espaço para aprofundar o olhar para o tema da comunicação e cultura popular, que já foram discutidos nos encontros interterritorias realizados em abril. No momento estadual, houve um seminário específico sobre esta temática, com a apresentação da experiência que dissemina rádios postes em comunidades ruarais do território do Sisal, um programa promovido pelo Movimento de Organização Comunitária (MOC). Outra experiência de comunicação popular apresentada foi a do coletivo de jovens chamada Carrapicho Virtual, que implica numa página na internet e num jornal comunitário, no Território do Sertão do São Francisco, assessorada pelo IRPAA. A partir das reflexões, aprendizados e desafios, os participantes deste seminário construíram uma bandeira da comunicação e cultura popular e agroecológica da Bahia, que fará parte de uma grande colcha da comunicação do IV ENA.