Direitos Humanos
02.02.2018 SE
Por um plano sergipano de turismo que combata a exploração sexual de crianças e adolescentes

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O grupo debateu sobre formas de orientar e previnir o abuso sexual de crianças e adolescentes | Foto: Vinicius Oliveira

O rico empresário que entra com uma jovem, que parece não ter alcançado os dezoito anos, é recepcionado pelo funcionário do hotel. O menino que fica na porta da borracharia e entra nas cabines de caminhões e carros, ignorado pelo guia turístico. O grupo de jovens que pelas redes sociais são convidadas para festas particulares em sítios e mansões e mentem sua idade para a polícia local. A jovem travesti que ao dormir na calçada é abordada pelo gerente da loja, invisível aos olhos dos cidadãos. O que ambas histórias têm de semelhança: o senso comum de que crianças e adolescentes se prostituem.

 

“Não existe criança ou adolescente se prostituindo, existe exploração sexual. E sempre tem adultos aproveitando-se da situação de vulnerabilidade social para lucrar com esse mercado” afirma Joilda Aquino, militante da área da infância do Centro Dom José Brandão de Castro (CDJBC). Ao observar que nas áreas turísticas esse mercado se intensifica, está sendo realizado o “projeto de elaboração e implantação do programa de comunicação e prevenção à exploração sexual de crianças e adolescentes decorrentes da atividade turística”, contratado pela Secretaria de Turismo do Estado de Sergipe no âmbito do Programa de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur).

 

Para Patrícia Guisordi, coordenadora local do projeto, “é preciso ouvir os diferentes segmentos que realizam essa luta pelos direitos da infância e da adolescência para que possamos elaborar este projeto”. O consultor Humberto Meza, especialista em Advocacy e Comunicação da Rede Ativacidade, “os próximos passos estão concentrados na organização do I Seminário Prodetur de Prevenção e Enfrentamento à exploração sexual de crianças e adolescentes decorrentes da atividade turística, evento que constituirá uma grande oportunidade para fortalecer o diálogo entre estado e a sociedade civil sergipana para explorar soluções a essa problemática”.

 

O seminário será aberto para toda a sociedade sergipana e acontecerá no dia 6 de março, com local a definir e marcados pelas fortes presenças de pesquisadores de referência nacional, como Sueli Deslandes da Fundação Oswaldo Cruz e Elder Cerqueira, da Universidade Federal de Sergipe.