Por Jefferson Olivera - assessor técnico do P1MC
Palmeira dos Índios/AL foi sede da celebração dos 10 anos da Rede de Educação Contextualizada do Agreste e Semiárido Alagoano (RECASA). O evento que aconteceu no Centro de Treinamento Pio XII, no último dia 30 celebrou a existência, resistência, acúmulos e colheita do fruto do trabalho coletivo da Rede. Na entrada do evento foi organizada uma feira artesanal dos grupos de mulheres e mostra de práticas didáticas desenvolvidas nas escolas da região semiárida.
O encontro iniciou com apresentação cultural do grupo de Pescadores Puxadores de Rede de Taquarana/AL e do grupo jovem do Povo Indígena Xukuru Kariri. A Programação do encontro trouxe reflexões acerca da educação no contexto dos povos indígenas e quilombolas; nas políticas de acesso à água no Semiárido e na promoção da agroecologia.
Na mesa de debate, a representante da comunidade quilombola Serra Verde, município de Igaci-AL, Vitória Paixão, colocou a necessidade de conhecermos a história da cultura africana e dos afrodescendentes no Brasil, e pontuou ainda que temos formado poucos educadores/as capazes de contar essa história numa visão diferente da história hoje contada. “Sim avançamos, mas precisamos avançar mais, no que diz respeito ao reconhecimento da nossa história cultural e do direito de podermos contá-la em nossos espaços educativos”, salientou.
Já o coordenador do Programa Cisternas nas Escolas da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), Rafael Neves, destacou a educação contextualizada na perspectiva da rede ASA, tendo a cisterna como um importante instrumento de acesso à água e de mobilização social, da comunidade e da escola. Segundo ele, o Programa possibilita que escola e comunidade repensem seu espaço, como lugar de conhecimento importante para formação de crianças e jovens num espaço educativo de convivência.
Na trajetória de 10 anos da RECASA, Cristianlex Soares, que faz parte da Rede conta que desde 2007, quando foi criada, o espaço tem agregado vários agentes e fóruns da sociedade civil e poder público que debatem a educação contextualizada. Ela afirma ainda que a Rede tem se consolidado, com muita luta e resistência, sobretudo, pelas várias práticas educativas contextualizadas nas escolas do semiárido no estado de Alagoas, a partir de um olhar provocativo para as políticas públicas e de formação continuada de educadores/as na perspectiva da convivência com o semiárido.
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