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06.11.2009
Falta água e sobra desperdício
Jornal - Jornal do Commercio


Por Larissa Brainer

Pernambuco tem a menor oferta de água do Brasil. A disponibilidade de recursos hídricos no Estado, de 1.320 metros cúbicos por habitante/ano, está abaixo do que é considerado crítico pela Organização das Nações Unidas (ONU), 1.500 metros cúbicos por habitante/ano, segundo a Secretaria Estadual de Recursos Hídricos. O problema é agravado pelo alto índice de perdas da produção. E essa união de fatores deixa em alerta a população e o poder público.

Segundo a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), 57% da água produzida é perdida em vazamentos, furtos e subtarifação. Só no Grande Recife, por mês, são localizados sete mil vazamentos. O uso doméstico, embora represente 20% do consumo total no Brasil, atrás da agricultura, que utiliza 70% da água, é um dos vilões. Atitudes como lavar a calçada com mangueira e deixar chuveiros abertos ao se ensaboar consomem, respectivamente, 279 litros e 135 litros em 15 minutos. Ações que algumas pessoas já tiraram da rotina.

O consumo racional de água guia a médica Márcia Guedes, que mora com o marido e dois filhos adultos e um adolescente. Ela adota medidas como juntar toda a roupa para lavar de uma só vez e evitar usar mangueira para lavar o carro. “Apesar da água do condomínio onde moro não ser separada por apartamentos, evitamos gastos desnecessários. O meio ambiente agradece”, diz.

O mesmo ponto de vista norteia Cláudio Mendes, proprietário de um lava-jato na Zona Norte do Recife, que implantou um sistema de reciclagem de água no estabelecimento. A água usada na lavagem dos carros passa por um tratamento no local e é reutilizado para limpar a parte inferior dos veículos. “Apesar de usarmos água de poço artesiano próprio, a questão ambiental é muito importante e por isso investimos”, completou.

Outro fator de preocupação com relação a crescente demanda por água é a chegada de grandes indústrias ao Estado. “Se hoje, já não há oferta suficiente, essas fábricas consumirão o que seria destinado à população. Somando isso ao alto índice de desmatamentos, que prejudica a absorção de água da chuva e renovação de lençóis freáticos, e a poluição das águas, vê-se que o estado trilha o caminho do colapso”, defende o coordenador-executivo da Associação Pernambucana de Defesa da Natureza (Aspan), Alexandre Araújo.

Consciente do déficit, a estratégia do governo é trazer água a partir da transposição do Rio São Francisco com a Adutora do Agreste. A região é a que apresenta menor oferta de água em Pernambuco: 819 metros cúbicos por habitante/ano. Segundo o secretário-executivo da Secretaria de Recursos Hídricos de Pernambuco, José Almir Cirilo, 1.100 quilômetros de adutoras captarão água para 70 municípios. A previsão é que as obras comecem no ano que vem. “A questão da água é crucial para o desenvolvimento do Estado.

Com essas medidas, aliadas às de reduç

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